segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

A mensagem de Jesus às sete igrejas

Lição 3
12 a 18 de janeiro
A mensagem de Jesus às sete igrejas
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 37–39
VERSO PARA MEMORIZAR: “Ao vencedor darei o direito de sentar-se Comigo em Meu trono, assim como Eu também venci e sentei-Me com Meu Pai em Seu trono” (Ap 3:21, NVI).
LEITURAS DA SEMANA: Ap 2:8-11; Ap 2:12-17; Ap 2:18-29; Ap 3:1-6; Ap 3:7-13; Ap 3:14-22; Is 61:10
Por intermédio de João em Patmos, Jesus enviou uma carta com sete mensagens para Seu povo. Embora essas mensagens estivessem relacionadas às igrejas na Ásia dos dias de João, elas também descrevem profeticamente em símbolos a condição da igreja ao longo da história.
Uma comparação dessas sete mensagens mostra que elas seguem seis vezes a mesma estrutura. Todas começam com Jesus dirigindo-Se à igreja específica pelo nome. A segunda parte começa com a frase: “Estas coisas diz […]”, na qual Cristo Se apresenta a cada igreja utilizando descrições e símbolos encontrados no capítulo 1. Essas descrições de Cristo foram adequadas às necessidades de cada igreja. Portanto, Jesus mostrou Sua capacidade de resolver as diferentes situações dessas igrejas. Em seguida, Ele faz uma avaliação da igreja em questão e depois a aconselha sobre a maneira de sair da sua tribulação. Por fim, cada mensagem é concluída com um apelo para ouvir a mensagem do Espírito e com promessas aos vencedores.
Como vimos na mensagem à igreja em Éfeso na semana passada, e como veremos nas seis mensagens restantes nesta semana, Jesus ofereceu esperança e respostas às necessidades das igrejas em cada situação. Portanto, Ele certamente pode também atender às nossas necessidades hoje.
Domingo, 13 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 40–42
Mensagens de Cristo a Esmirna e Pérgamo
Esmirna era uma cidade bela e rica, mas também um centro de adoração obrigatória ao imperador. A recusa em cumprir essa ordem podia levar as pessoas a perder seu status legal, ser perseguidas e até martirizadas.
1. Leia Apocalipse 2:8-11. Qual era a circunstância da igreja de Esmirna? Que advertência Cristo deu sobre o que estava por vir?_______________________________________________________________________________________________
A mensagem a Esmirna se aplica profeticamente à igreja na era pós-­apostólica, em que os cristãos foram perseguidos. Os “dez dias” (Ap 2:10) indicam os dez anos da perseguição promovida por Diocleciano, a partir de 303 d.C, e que durou até 313 d.C., quando Constantino, o Grande, publicou o Edito de Milão, que concedeu liberdade religiosa aos cristãos.
Pérgamo foi o centro de vários rituais pagãos, incluindo o culto a Asclépio, o deus grego da cura, chamado de “Salvador” e representado por uma serpente. As pessoas vinham de todos os lugares ao santuário de Asclépio para ser curadas. Pérgamo tinha uma função de liderança na promoção do culto ao imperador que, assim como em Esmirna, era obrigatório. Não é de admirar que os cristãos em Pérgamo vivessem na cidade “onde Satanás” habitava e na qual seu trono estava localizado.
2. De acordo com Apocalipse 2:12-15, como Jesus Se apresentou a essa igreja? Qual foi a avaliação de sua condição espiritual?
_______________________________________________________________________________________________
Os cristãos em Pérgamo enfrentavam tentações tanto de fora quanto de dentro da igreja. Embora a maioria deles tivesse permanecido fiel, os “nicolaítas” defendiam a transigência para com o paganismo a fim de evitar a perseguição. Como Balaão, que apostatou e incitou os israelitas a pecar contra Deus no caminho para a Terra Prometida (Nm 31:16), eles acharam mais conveniente, e até mais recompensador, fazer concessões em relação à sua fé. Embora o Concílio de Jerusalém tivesse proibido as “coisas sacrificadas a ídolos” e as “relações sexuais ilícitas” (At 15:29), a doutrina de Balaão ensinava os membros da igreja a rejeitarem essa decisão. A única solução que Jesus ofereceu a Pérgamo foi: “Arrependa-se!” (Ap 2:16, NVI).
A igreja em Pérgamo é uma descrição profética da igreja do período de 313 a 538 d.C. Embora alguns membros da igreja tenham permanecido fiéis, o declínio e apostasia aumentaram rapidamente.
O que significa não negar a fé de Jesus (Ap 2:13; veja também Ap 14:12)? Como resistir à tendência de fazer concessões e ser fiéis até a morte (Ap 2:10)?
Segunda-feira, 14 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 43–45
Mensagem de Cristo a Tiatira
Comparada às outras cidades, de acordo com o que conhecemos, Tiatira não tinha importância política nem cultural na história antiga, e a igreja era obscura. A fim de dirigir um negócio ou ter um emprego, as pessoas no Império Romano deviam pertencer a associações comerciais. Tiatira era especialmente famosa por fazer cumprir essa exigência. Os membros da associação tinham que comparecer aos festivais da associação e participar dos rituais do templo, que muitas vezes incluíam atividades imorais. Aqueles que não obedecessem eram excluídos das associações e recebiam sanções econômicas. Para os cristãos naquela época, isso significava escolher entre a completa transigência ou total exclusão por amor do evangelho.
3. Leia Apocalipse 2:18-29. Como Jesus Se apresentou a essas pessoas (veja também Dn 10:6)? Quais qualidades Ele elogiou na igreja, e qual questão a afligia?
_______________________________________________________________________________________________
Assim como ocorreu com a igreja em Pérgamo, a igreja em Tiatira foi pressionada a transigir com o ambiente pagão. O nome “Jezabel” se refere à esposa do rei Acabe, que levou Israel à apostasia (1Rs 16:31-33). Jesus a retratou como espiritualmente imoral. Aqueles que transigiram com a verdade e adotaram ideias e práticas pagãs e “impuras” estavam cometendo adultério espiritual com ela.
A igreja em Tiatira simboliza a condição do cristianismo de 538 d.C. a 1565 d.C. O perigo não veio de fora da igreja, mas de dentro. A tradição substituiu a Bíblia, um sacerdócio humano e relíquias sagradas substituíram o sacerdócio de Cristo, e as obras foram consideradas o meio de salvação. Os que não aceitavam as influências corruptoras foram perseguidos e até mortos. Por séculos, a igreja verdadeira encontrou refúgio nas regiões desertas (veja Ap 12:6, 13, 14). Mas Jesus também elogiou a igreja em Tiatira por sua fé e amor, obras e serviço, o que profeticamente aponta para a Reforma e para o começo de um “retorno à Bíblia”.
Pense nas palavras de Apocalipse 2:25: “Conservai o que tendes, até que Eu venha”. O que essas palavras significam para nós, tanto como instituição quanto individualmente? Daquilo que recebemos de Cristo, o que devemos conservar?
Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Terça-feira, 15 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 46, 47
Mensagem de Cristo a Sardes
Sardes teve uma história gloriosa. No entanto, até o período romano, a cidade já havia perdido seu prestígio. Embora ainda estivesse desfrutando de riquezas, sua glória estava fundamentada em sua história passada, não na realidade presente. A cidade antiga havia sido construída no topo de um monte íngreme e era quase inacessível/inconquistável/impenetrável. Visto que os cidadãos se sentiam tão protegidos, as muralhas da cidade eram guardadas de maneira negligente.
4. Leia Apocalipse 3:1-6, Mateus 24:42-44 e 1 Tessalonicenses 5:1-8. Quais são as três coisas que Jesus exortou os cristãos de Sardes a fazer para curar sua condição espiritual? Como Sua advertência para “vigiar” corresponde à história da cidade?_______________________________________________________________________________________________
Embora Jesus tenha reconhecido alguns cristãos em Sardes como fiéis, a maioria deles estava espiritualmente morta. A igreja não foi acusada de nenhum pecado aberto nem de apostasia (como os cristãos de Pérgamo e Tiatira), mas de letargia espiritual.
A mensagem à igreja em Sardes se aplica profeticamente à condição espiritual dos protestantes no período pós-Reforma, aproximadamente de 1565 d.C. a 1740 d.C., à medida que a igreja se degenerava em um formalismo morto e em um estado de complacência espiritual. Sob o impacto da crescente onda do racionalismo e do secularismo, o foco na graça salvadora do evangelho e o compromisso com Cristo diminuíram, dando lugar aos argumentos filosóficos insípidos e relacionados aos credos. Embora parecesse estar viva, a igreja desse período estava espiritualmente morta.
A carta também pode se aplicar a todas as gerações de cristãos. Alguns cristãos sempre falam em termos gloriosos de sua fidelidade a Cristo no passado. Infelizmente, muitos desses não têm muito para compartilhar sobre sua experiência atual com Jesus. Sua religião é nominal; falta-lhes a verdadeira religião do coração e o compromisso genuíno com o evangelho.
Mesmo mantendo sempre diante de nós a maravilhosa verdade da salvação pela fé somente em Cristo, nossas obras ainda não se encontram “perfeitas” diante de Deus. O que isso significa? Como podemos “aperfeiçoar” nossas obras diante Dele? Veja Mt 5:44-48.

Quarta-feira, 16 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 48–50
Mensagem de Cristo a Filadélfia
 sexta igreja a quem Jesus endereçou a carta foi Filadélfia (“amor fraternal”). Essa cidade ficava na estrada comercial imperial e servia como passagem, uma “porta aberta”, para um grande e fértil planalto. As escavações indicam que Filadélfia era um centro em que as pessoas iam buscar saúde e cura. Por conta de frequentes terremotos, os habitantes da cidade se mudaram para o campo, vivendo em humildes cabanas.
5. Leia Apocalipse 3:7-9. Como a maneira pela qual Jesus Se apresentou se relaciona à situação dessa igreja? Ele disse: “Tens pouca força” (Ap 3:8). O que essa declaração revela sobre a condição da igreja?_______________________________________________________________________________________________
A mensagem a essa igreja se aplica profeticamente ao grande reavivamento do Protestantismo durante o Primeiro e o Segundo Despertamentos que ocorreram na Grã-Bretanha e na América aproximadamente de 1740 a 1844. Tendo em conta a luz que possuíam, os cristãos de fato buscaram guardar a Palavra de Deus (Ap 3:8) nessa época. Houve uma ênfase crescente na obediência aos mandamentos de Deus e na vida pura. Parece que a “porta aberta” é o caminho/passagem para o santuário celestial, pois o santuário de Deus também é mencionado (Ap 3:12, compare com Ap 4:1, 2). O fechamento de uma porta e a abertura de outra indicam a mudança que ocorreria no ministério sumo-sacerdotal de Cristo em 1844.
6. Leia Apocalipse 3:10-13. Quais são os indícios de que o tempo é curto e que a vinda de Jesus está se aproximando? Qual é a importância do nome de Deus ser escrito em Seu povo (2Tm 2:19)? Se um nome representa o caráter de uma pessoa, o que Êxodo 34:6 revela sobre aqueles que levam o nome de Deus?
_______________________________________________________________________________________________
Grandes reavivamentos ocorreram nas igrejas dos dois lados do Atlântico. Nos anos que antecederam 1844, a mensagem da breve vinda de Cristo foi proclamada em muitas partes do mundo. A promessa de escrever o nome de Deus nos vencedores indica que o caráter de Deus será visto em Seu povo. A mensagem de que Cristo em breve virá é tão importante quanto a mensagem de que Ele promete preparar Seu povo para esse grande evento, perdoando seus pecados e escrevendo Sua lei em seu coração (veja Fp 1:6; Hb 10:16, 17).
O que a esperança da breve vinda de Cristo significa para você? A promessa de Cristo de completar a obra que Ele começou lhe dá segurança?

Quinta-feira, 17 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 1–4
Cristãos em Laodiceia
A rica cidade de Laodiceia estava situada em uma importante estrada comercial. Era famosa por ter uma indústria de fabricação de lã, por seus bancos (que tinham grande quantidade de ouro) e por uma escola de medicina que produzia um colírio famoso. A prosperidade de Laodiceia enchia os cidadãos de autossuficiência. Em torno de 60 d.C., quando um terremoto destruiu a cidade, os cidadãos recusaram a ajuda de Roma, alegando que tinham tudo de que precisavam para a reconstrução. Como faltava água na cidade, seu fornecimento se dava por meio de um aqueduto que vinha das fontes termais em Hierápolis. Visto que a fonte ficava distante de Laodiceia, a água tornava-se morna quando chegava ali.
7. Leia Apocalipse 3:14-17 e Oseias 12:8. Como o espírito autossuficiente da cidade permeava os cristãos de Laodiceia?_______________________________________________________________________________________________
Jesus não repreendeu os cristãos em Laodiceia por um pecado grave. Seu problema era a complacência que levava à letargia espiritual. Assim como a água que chegava à cidade, eles eram mornos. Declaravam ser ricos e não precisar de nada; no entanto, eram pobres, nus e cegos em relação à sua condição.
A igreja de Laodiceia simboliza a situação espiritual da igreja de Deus perto do fim da história da Terra. Na advertência de Jesus em Apocalipse 16:15, há uma referência às “vestiduras brancas” da justiça de Cristo, necessárias a Laodiceia em sua nudez espiritual (veja Ap 3:18). Essa advertência em meio a uma referência à batalha do Armagedom pode parecer estranha, pois não mais é possível receber essas vestiduras. Afinal, a porta da graça já terá fechado para todos. Mas a advertência aparece em conexão com a sexta praga e o Armagedom, pois Jesus desejava lembrar Laodiceia de estar preparada para o terrível conflito, antes que fosse tarde demais. Se o povo de Laodiceia preferir permanecer nu (Ap 3:17, 18), estará perdido e envergonhado em Sua vinda (veja 1Jo 2:28–3:3).
Jesus assegurou aos habitantes de Laodiceia que os amava. Ele apela para que eles se arrependam (Ap 3:19). Ele concluiu Seu apelo descrevendo-­­Se como o Amante de Cânticos 5:2-6, que está à porta, batendo e implorando para entrar (Ap 3:20). Todos os que abrem a porta e O deixam entrar têm a promessa de que terão um jantar pessoal com Ele e, finalmente, reinarão com Ele em Seu trono (veja Ap 20:4).
8. Leia Apocalipse 3:18-22. Que conselho Jesus deu aos laodiceanos? O que o ouro, as vestes brancas e o colírio simbolizam (veja 1Pe 1:7; Is 61:10; Ef 1:17, 18)?

Sexta-feira, 18 de janeiro
Ano Bíblico: Êx 5–8
Estudo adicional
Leia o capítulo “O Apocalipse”, do livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G. White, p. 578-592.
As sete mensagens às igrejas mostram o declínio espiritual em cada uma delas. A igreja de Éfeso ainda era fiel, embora tivesse perdido o primeiro amor. As igrejas de Esmirna e Filadélfia eram, em grande medida, fiéis. Pérgamo e Tiatira transigiram cada vez mais, até que a vasta maioria apostatou completamente da fé pura dos apóstolos. A igreja de Sardes encontrava-­­se em uma situação séria. A maioria dos membros não estava em harmonia com o evangelho, enquanto Filadélfia representava os poucos fiéis. Quanto à igreja de Laodiceia, não havia nada de bom a ser dito sobre ela.
Ao concluir cada mensagem, Jesus fez promessas a quem aceitasse Seu conselho. Porém, pode-se observar que, juntamente com o evidente declínio espiritual nas igrejas, há um aumento proporcional nas promessas. Por fim, Laodiceia, embora tenha recebido uma única promessa, recebeu a maior: compartilhar o trono de Jesus (Ap 3:21).
Perguntas para discussão
1. O aumento de promessas, bem como o declínio espiritual, reflete o fato de que, quando o pecado aumenta, a graça aumenta muito mais (Rm 5:20)? Pense nesta afirmação: “A igreja, enfraquecida e defeituosa como seja, é o único objeto na Terra a que Cristo concede Sua suprema consideração. Ele vela constantemente com solicitude por ela, e fortalece-a por Seu Espírito Santo” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas,
v. 2, p. 396).
2. Nas cidades prósperas da Ásia havia cristãos que permaneceram leais ao evangelho e inabaláveis em sua fidelidade a Deus em meio às pressões do ambiente pagão. O que aprendemos com esse fato? Pense na oração de Jesus em João 17:15 a 19. Como o conceito de estar no mundo, mas não serdo mundo, se aplica aos cristãos de hoje?
3. Como podemos prestar mais atenção à mensagem aos laodiceanos?
Respostas e atividades da semana:
1. A igreja em Esmirna estava sofrendo perseguição e muita tribulação. Muitos estavam sendo mortos. Por isso, Jesus Se apresentou como o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver. Mesmo que esses cristãos enfrentassem a morte, eles também tornariam a viver.
2. Comente com a classe.
3Comente com a classe
4. Leia e comente o texto (Ap 3:2, 3).
5. Ao Se apresentar como Santo e Verdadeiro, que tinha as chaves de Davi, Jesus estava dizendo aos cristãos de Filadélfia que, embora tivessem pouca força, estavam levantando a verdade em meio aos erros pregados pelos filósofos iluministas. A igreja em Filadélfia representa o reavivamento que ocorreu entre os cristãos, do qual fez parte Guilherme Miller e Ellen G. White.
6. O próprio Senhor falou que vinha sem demora. Aqueles que receberem a inscrição do nome de Deus estarão representando Seu caráter.
7. Laodiceia era uma cidade próspera e autossuficiente. Os laodiceanos julgaram não precisar de ajuda para reconstruir a cidade quando um terremoto a destruiu em torno de 60 d.C. Como faltava água ali, os laodiceanos usaram um aqueduto que trazia água de Hierápolis para Laodiceia. Ao percorrer o aqueduto, a água chegava morna em Laodiceia. Isso reflete a vida espiritual dessa igreja. Seus membros eram mornos.
8. Leia e comente o texto (Ap 3:18).

Resumo da Lição 3
A mensagem de Jesus às sete igrejas
RESUMO DA LIÇÃO 3 – o povo de Deus nas cidades
PARTE I: ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Apocalipse 3:21
FOCO DO ESTUDO: Na semana passada examinamos a primeira das sete mensagens às sete igrejas do Apocalipse. Nesta semana, estudaremos da segunda à sétima mensagem (Ap 2:8–3:22).
INTRODUÇÃO: As mensagens às sete igrejas têm encorajado o povo de Deus ao longo dos séculos. Elas nos asseguram que Deus está intensamente interessado nas ações de Sua igreja. Ele conhece todos os seus desafios e anseia apresentar conselhos e preciosas promessas a todos que desejarem ouvir.
TEMAS DA LIÇÃO: A lição e a passagem em foco introduzem os seguintes temas:
I. O quiasmo das sete igrejas
As mensagens às sete igrejas são estruturadas segundo um estilo tipicamente hebraico (ver detalhes no comentário abaixo).
II. Encorajamento em meio às dificuldades
As mensagens às sete igrejas demonstram declínio espiritual e aumento correspondente no número e no peso das promessas feitas a cada igreja.
III. O maior avanço do cristianismo e suas consequências contemporâneas
A mensagem a Filadélfia previu um período de grande avanço missionário, porém esse avanço incluiu aspectos que colocaram o cristianismo na defensiva nos dias atuais.
IV. A mensagem a Tiatira é diferente
As igrejas como um todo exibem declínio espiritual. Isso também se manifesta nas mensagens a Éfeso, Pérgamo e Sardes. Mas a mensagem a Tiatira se desvia desse padrão em muitos aspectos.
V. Laodiceia e a era final da história da Terra
Evidências do texto apoiam a ideia de que Laodiceia representa a igreja no fim da era cristã.
APLICAÇÃO PARA A VIDA: A inclusão de Jezabel na mensagem a Tiatira convida os alunos a refletir sobre o papel das quatro mulheres no Apocalipse. Os adventistas do sétimo dia também são convidados a aplicar a si mesmos a mensagem de Laodiceia.
PARTE II: COMENTÁRIO
As mensagens para as sete igrejas têm uma estrutura comum, semelhante ao formato das cartas antigas. (1) Jesus Se dirige a cada igreja pelo nome. (2) Então, Ele Se apresenta a cada uma, usando características tiradas do capítulo 1. (3) Ele oferece uma análise dos pontos positivos e/ou fraquezas de cada igreja. (4) Jesus apresenta conselhos adequados à Sua análise de cada igreja. (5) É feito um apelo para ouvir o Espírito. (6) Cada mensagem é concluída com uma promessa ou promessas aos que vencerem. Nas mensagens da quarta à sétima igreja (começando com Tiatira), o quinto e o sexto componentes estão na ordem inversa.
EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 3:
I. O quiasmo das sete igrejas
A estrutura das mensagens às sete igrejas exibe uma forma literária que se baseia na lógica hebraica. No pensamento ocidental, A + B = C. Mas na lógica hebraica, A + B = A ampliado. Essa forma literária é chamada de quiasmo (da letra grega X [pronuncia-se “qui”]). Os escritores produzem quiasmos quando raciocinam em círculo, voltando ao ponto inicial de um argumento. O primeiro ponto é paralelo ao último; o segundo ponto é paralelo ao penúltimo, e assim por diante, com o clímax no centro e não no final. Talvez não seja coincidência que a forma do candelabro de sete hastes no tabernáculo seja análoga a um quiasmo literário.
A carta para Esmirna (segunda carta) compartilha muitas semelhanças com a carta a Filadélfia (sexta carta); ambas são mensagens amplamente positivas. As cartas para Pérgamo (terceira) e Sardes (quinta) são para igrejas em declínio acentuado. A mensagem para Tiatira (a quarta igreja, localizada no centro do texto) é duas vezes maior que as outras e é diferente de todas (veja o tema 4 abaixo). Esse arranjo significa que a primeira e a última carta (para Éfeso e Laodiceia) também são paralelas. Essa estrutura sugere que Laodiceia, assim como Éfeso, sofresse de uma deficiência de amor.
II. Encorajamento em meio às dificuldades
Quando olhamos para as sete igrejas como um todo, elas parecem estar em declínio, e as repreensões de Jesus se tornam cada vez mais sérias. As igrejas em Éfeso e Esmirna são fiéis, sendo que a única falha de Éfeso é a deficiência de amor. Mas ao lermos as mensagens às igrejas, as coisas parecem declinar de Pérgamo a Sardes até chegarmos a Laodiceia, sobre a qual Jesus não encontra nada de bom para dizer. Embora a mensagem para Filadélfia seja positiva, a igreja é muito mais fraca que Esmirna. Na mensagem a Éfeso, Jesus anseia por seu arrependimento. Laodiceia faz Jesus sentir vontade de vomitar. Essa forma de descrever produziu uma expressão severa.
Mas essa expressão leva à parte mais encorajadora das mensagens às sete igrejas. A primeira igreja recebe uma promessa: a árvore da vida. A segunda recebe duas: a coroa da vida e a libertação da segunda morte. A terceira recebe três: o maná escondido, a pedrinha branca e um nome novo. A quarta igreja recebe quatro promessas; a quinta, cinco; a sexta recebe seis. Cada igreja recebe mais promessas que a anterior, e a sétima igreja, Laodiceia, recebe a promessa mais sublime de todas: sentar-se com Jesus no Seu trono.
À medida que a condição espiritual das igrejas declina, à medida que as repreensões de Jesus se tornam mais severas, as promessas aumentam cada vez mais. Quanto pior é a situação, maior é a graça e o poder de Deus. Quanto mais profundos são os problemas, mais poderosa é a atuação da graça de Jesus Cristo. Essa mensagem fala tão poderosamente para nós hoje como falou nos tempos antigos.
III. O maior avanço do cristianismo e suas consequências contemporâneas
A lição ressalta que a mensagem a Filadélfia se aplica ao grande reavivamento do protestantismo durante os séculos 18 e 19. Esse acontecimento motivou a igreja a levar o evangelho ao mundo todo, o que resultou na maior expansão do cristianismo desde o tempo do Pentecostes. Mas houve um lado negro nessa expansão. Os esforços missionários muitas vezes estavam atrelados à expansão colonial da civilização ocidental nos domínios econômico e político. Como resultado, muitos povos não cristãos nos dias atuais veem o cristianismo como uma ferramenta a serviço do imperialismo ocidental, e não como um movimento humilde e modesto que busca melhorar a vida dos outros. Essa postura se faz cada vez mais presente até nas regiões mais “cristãs” do mundo. Atualmente, o cristianismo, como um todo, está na defensiva. Nesse contexto, a manipulação ou envolvimento político de qualquer tipo por parte da igreja reforçam os estereótipos negativos que têm surgido. A mensagem do evangelho não deve contar com o apoio político e econômico para seu êxito. Seu avanço deve ser pautado no plano original de Jesus, no qual “o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2Co 12:9).
IV. A mensagem a Tiatira é diferente
Como mencionado antes, as igrejas do Apocalipse como um todo exibem declínio espiritual. Esse declínio também é claramente manifestado nas mensagens a Éfeso, Pérgamo e Sardes. Mas a mensagem para Tiatira se difere em muitos aspectos quanto ao padrão estrutural estabelecido nas mensagens anteriores. Em primeiro lugar, a mensagem para Tiatira é duas vezes mais longa que as outras seis. Essa extensão se ajusta ao seu papel no centro do quiasmo e ao longo período de perseguição por ela representado na história cristã. Em segundo lugar, Tiatira é a única igreja cujos membros fiéis são chamados de “restantes” (os “demais [grego: loipois] de Tiatira”, Ap 2:24), mostrando que mesmo durante esse período sombrio, Deus tinha seguidores fiéis.
Em terceiro lugar, Tiatira é a única igreja sobre a qual Jesus diz: “As tuas últimas obras, mais numerosas do que as primeiras” (Ap 2:19). Enquanto todas as igrejas anteriores estavam em declínio ou mantendo-se firme, Tiatira já estava melhorando. Colocada no centro da história das sete igrejas, essa mensagem positiva significa que Deus está tirando as pessoas da apostasia e, nas mensagens subsequentes, Ele está preparando a igreja para a segunda vinda de Jesus. Enquanto Satanás acusa os seguidores de Deus para desencorajar e distrair, Jesus e o Espírito Santo repreendem para encorajar e curar.
V. Laodiceia e a era final da história da Terra
Como adventistas do sétimo dia, com frequência consideramos que a mensagem para Laodiceia se aplica particularmente a nós no fim dos tempos. Uma das maiores evidências disso é a conexão entre Apocalipse 3:18 e Apocalipse 16:15. Nenhum outro texto na Bíblia contém as quatro principais palavras encontradas em ambas as passagens. Ambos os versículos contêm as palavras gregas para “vejas” (grego: blepô), “vestiduras” (grego: himation), “vergonha” (grego: aischunê, aschêmosunê) e “nudez” (grego: gumnotês, gumnos). Essa inclusão é um paralelo impressionante. Em meio aos versos que falam do Armagedom (Ap 16:14-16), há um chamado para a vigilância no fim dos tempos na linguagem de Laodiceia (Ap 16:15; compare com Ap 3:18). Esse chamado é uma evidência impressionante de que Laodiceia representa a igreja no período final da história da Terra.
PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA
1. Quantas mulheres são retratadas no livro do Apocalipse e qual é o papel delas na mensagem do livro? Há quatro mulheres retratadas: duas são imagens positivas e duas são negativas. A primeira é Jezabel, a líder da oposição aos fiéis em Tiatira (Ap 2:20-23). A segunda é a mulher piedosa de Apocalipse 12 (Ap 12:1, 2, 5, 6, 14-17). A terceira é a meretriz Babilônia (Ap 17:1-7, 16). A quarta é a noiva do Cordeiro (Ap 19:7, 8). Todas as quatro estão associadas à igreja positiva ou negativamente. Jezabel, a oponente de Tiatira, antecede a meretriz Babilônia, que está vestida como o sumo sacerdote (Ap 17:4). Se a primeira parte de Tiatira representa a igreja medieval, então as duas imagens estão intimamente relacionadas. A oposição a Cristo com frequência tem um semblante cristão.
Da mesma forma, a mulher de Apocalipse 12 representa o povo fiel de Deus ao longo da história – simbolizada pela Nova Jerusalém. A esposa do Cordeiro em Apocalipse 19:7, 8 representa os fiéis de Deus no fim da história – simbolizados pela nova Jerusalém. Portanto, é evidente que a mulher de Apocalipse 17 representa todos aqueles que se opõem a Deus, especialmente os poderes religiosos que se unem com poderes seculares do mundo para formar uma Babilônia do tempo do fim. “Mulher” no Apocalipse representa os que professam ser seguidores de Cristo, mas dependendo de qual mulher, a profissão pode não ser sincera.
2. Como os adventistas do sétimo dia devem aplicar a mensagem de Apocalipse 3:18-21 a si mesmos? O que podemos aprender com o texto? O ouro pode expressar o valor que temos aos olhos de Deus, bem como a fé que passou por um processo de refinamento e purificação. As vestes brancas representam a justiça de Cristo que nos é dada; o colírio, o discernimento espiritual que nos ajuda a ver claramente nossa necessidade de Cristo.
Embora as repreensões de Jesus sejam necessárias (Ap 3:19), Ele nunca força ninguém a segui-Lo. Ele gentilmente convida e deixa a decisão para nós (Ap 3:20), e mantém Suas promessas. Se convidamos Jesus a governar nosso coração e a vencer (Ap 3:21), participaremos do Seu trono. Conforme expresso pelo ouro provado no fogo, Deus vê infinito valor em nós.
3. Que encorajamento encontramos no fato de que muitos cristãos antigos permaneceram fiéis a Deus em meio a cidades ímpias?

sábado, 5 de janeiro de 2019

Entre os candelabros

Lição 2
05 a 11 de janeiro
Entre os candelabros
Sábado à tarde
Ano Bíblico: Gn 16–19
VERSO PARA MEMORIZAR: “ Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap 3:21).
LEITURAS DA SEMANA: Ap 1:9-18; 1:20; 2:1-7; At 7:54-60; Mt 12:8; Êx 20:11; Dn 10:5, 6
O Salmo 73 descreve a perplexidade do salmista enquanto ele observava o orgulho jactancioso dos ímpios. Eles tinham uma vida próspera e tranquila, em contraste com o sofrimento dos justos. Essa injustiça perturbava muito o salmista (Sl 73:2-16), que, em sua perplexidade, foi ao santuário (Sl 73:16, 17). Ali, na presença de Deus, ele recebeu uma compreensão mais profunda do assunto.
Séculos mais tarde, um idoso apóstolo se encontrava em uma rochosa ilha penitenciária por causa de seu testemunho fiel. Ele recebeu a notícia de que as igrejas que estavam sob seus cuidados estavam sofrendo. No entanto, nesse momento crítico, ele recebeu uma visão do Cristo ressuscitado no santuário celestial. Ali, a exemplo do que ocorreu com o salmista, o Senhor revelou a João alguns mistérios da vida e as lutas que ela traz. Essa cena do santuário lhe deu a certeza da presença e do cuidado de Cristo; uma certeza que ele devia transmitir a essas igrejas e às sucessivas gerações de cristãos.
Além da apresentação do ministério de Cristo no santuário celestial, nesta semana examinaremos a primeira das sete mensagens especiais à Sua igreja, dirigidas coletivamente às sete igrejas na Ásia, mas que também têm significado para nós hoje.
Domingo, 06 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 20–22
Em Patmos
1. De acordo com Apocalipse 1:9, o que João revelou sobre as circunstâncias em que ele recebeu as visões do Apocalipse?
_______________________________________________________________________________________________
Patmos é uma ilha improdutiva e rochosa no Mar Egeu; tem 16 quilômetros de extensão e aproximadamente dez quilômetros de largura em sua parte mais ampla. Juntamente com outras ilhas vizinhas, os romanos a utilizavam como uma colônia penal para criminosos políticos banidos. Os primeiros autores cristãos, vivendo relativamente perto da época em que o livro do Apocalipse foi escrito, declararam, unânimes, que as autoridades romanas tinham banido João para Patmos por causa da fidelidade dele ao evangelho. O idoso apóstolo certamente suportou em Patmos todas as privações e sofrimentos da prisão romana. Ele provavelmente tenha sido tratado como um criminoso, tendo sido preso a correntes, recebido alimentação insuficiente e forçado a trabalhar pesadamente sob o açoite de implacáveis guardas romanos.
“Patmos, uma ilha árida e rochosa no mar Egeu, havia sido escolhida pelo governo romano para banimento de criminosos. Mas para o servo de Deus sua solitária habitação tornou-se a porta do Céu. Ali, afastado das cansativas cenas da vida, e dos ativos labores dos primeiros anos, ele teve a companhia de Deus, de Cristo, dos anjos celestiais, e deles recebeu instrução para a igreja no futuro” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 570, 571).
2. Quais outros personagens da Bíblia sofreram privações, apesar de sua fidelidade a Deus, ou por causa dela? (Veja Dn 3:16-23; At 7:54-60).
Assinale a alternativa correta:
A. (  ) Salomão, Ananias e Safira.
B. (  ) Sadraque, Mesaque, Abede-Nego e Estêvão.
Os seguidores de Cristo nunca devem se esquecer de que, sempre que se encontrarem em circunstâncias semelhantes às de João, eles não serão abandonados. O mesmo Jesus que veio até João com palavras de esperança e encorajamento em meio às suas privações em Patmos, ainda está presente com Seu povo para sustentá-lo e apoiá-lo em suas dificuldades.
Qual é a diferença entre sofrer por amor a Cristo e sofrer por outros motivos, inclusive pelas nossas escolhas erradas? O que dizer do sofrimento que existe por razões que não compreendemos? Como confiar no Senhor em todas as situações?
Fortaleça sua vida por meio do estudo da Palavra de Deus: acesse o site http://reavivadosporsuapalavra.org

Segunda-feira, 07 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 23–25
No dia do Senhor
3. De acordo com Apocalipse 1:10, Êxodo 31:13, Isaías 58:13 e Mateus 12:8, qual dia é claramente especificado como o dia do Senhor? Esse dia foi importante para João em meio às suas dificuldades?
_______________________________________________________________________________________________
Foi no sábado que o Senhor da glória apareceu ao exilado apóstolo. O sábado era tão religiosamente observado por João em Patmos como quando estava pregando ao povo nas cidades e vilas da Judeia. Considerava como sua propriedade as preciosas promessas feitas em referência a esse dia” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 581).
Em Apocalipse 1:10, sugere-se claramente que o apóstolo João recebeu a visão no sétimo dia, o sábado. Embora aguardasse com ansiedade os eventos futuros, até a segunda vinda de Cristo (compare com Ap 1:7), chamada de “o Dia do Senhor” (Is 13:6-13; 2Pe 3:10), João estava falando sobre o dia em que ele teve a visão desses eventos futuros, e esse dia foi sábado, o “Dia do Senhor”.
Evidentemente, em meio aos sofrimentos do apóstolo, esse sábado repleto de visões deve ter se tornado para ele uma amostra da vida livre de sofrimento que ele e os fiéis de todos os séculos experimentarão após a segunda vinda de Cristo. De fato, no pensamento judaico, o sábado é considerado um prenúncio do olam haba, “o mundo vindouro”.
“O sábado, que Deus instituiu no Éden, era […] precioso para João na solitária ilha […] Que sábado foi aquele para o solitário exilado, sempre precioso aos olhos de Cristo, mas agora exaltado mais do que nunca! Ele jamais havia aprendido tanto sobre Jesus; nunca havia ouvido verdades tão sublimes” (Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, v. 7, p. 1066).
Compare as duas versões do quarto mandamento do Decálogo, em Êxodo 20:11 e Deuteronômio 5:15. Esses textos apontam para o sétimo dia, o sábado, como um memorial da criação e também da redenção, lembrando-nos de que Deus nos criou e nos redimiu. A cada sábado, como podemos manter diante de nós a realidade de Deus como Criador e Redentor? De que adiantaria se Ele fosse nosso Criador mas não fosse nosso Redentor?Terça-feira, 08 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 26, 27
A visão que João teve de Cristo em Patmos
4. Leia Apocalipse 1:12-18. Compare a descrição de João sobre Cristo com o Ser divino em Daniel 10:5, 6. Como Jesus apareceu na visão de João?
O que Ele estava fazendo?
_______________________________________________________________________________________________
João viu Jesus vestido como Sumo Sacerdote, caminhando entre os candelabros. A imagem de Jesus andando entre os candelabros aponta para a promessa de Deus ao antigo Israel de que andaria entre o povo como seu Deus (Lv 26:12). No livro do Apocalipse, os candelabros representam as sete igrejas na Ásia a quem essa revelação foi originalmente enviada (Ap 1:20).
E, como veremos no estudo de quarta-feira, os candelabros também simbolizam Sua igreja ao longo da História. Mediante o Espírito Santo, Cristo continua cuidando de Sua igreja na Terra. Ele estará continuamente com Seu povo até levá-lo a seu lar eterno.
Além disso, a imagem de Jesus como Sumo Sacerdote entre os candelabros vem da prática ritual no templo de Jerusalém. A tarefa diária de um sacerdote era manter acesas e brilhando as lamparinas do lugar santo. Ele preparava e reabastecia as lamparinas que estavam se apagando, substituía os pavios das lamparinas que haviam se apagado, as reabastecia com óleo fresco e depois tornava a acendê-las. Dessa maneira, o sacerdote conhecia individualmente a situação de cada lamparina. De igual forma, Jesus conhece as necessidades e circunstâncias de Seu povo, e intercede por ele pessoalmente.
5. Leia Apocalipse 2:2, 9, 13, 19; 3:1, 8, 15. Em todos esses textos, há a ocorrência da palavra “conheço”. O que isso revela sobre o conhecimento de Jesus a respeito das situações e necessidades do povo de Deus?
_______________________________________________________________________________________________
Jesus Se apresentou com os seguintes títulos de Deus: “o primeiro e o último” (veja Is 44:6; 48:12). A palavra grega para “último” é eschatos, da qual vem a palavra escatologia (estudo dos eventos do tempo do fim). Isso mostra que o foco da escatologia está em Jesus Cristo, que tem a última palavra sobre os eventos finais. Ele é “Aquele que vive” e tem “as chaves da morte e do inferno” (Ap 1:18). Por Sua morte e ressurreição, Jesus recebeu autoridade para abrir as portas da morte (Jó 17:16; Sl 9:13). Todos os que Nele confiam ressurgirão da sepultura para a vida eterna (1Co 15:21-23). Os seguidores fiéis de Jesus não precisam temer, pois até os mortos estão sob Sua vigilância. E se é assim com os mortos, muito mais com os vivos! (Veja 1Ts 4:16, 17).
Quarta-feira, 09 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 28–30
Mensagens de Cristo para aquela época e para hoje
6. Leia Apocalipse 1:11, 19, 20. Jesus também deu sete diferentes mensagens para as igrejas na Ásia, mas havia mais de sete igrejas nessa província. O que isso sugere sobre o significado simbólico dessas mensagens para os cristãos em geral?
_______________________________________________________________________________________________
As mensagens que Jesus instruiu João a enviar às sete igrejas estão registradas em Apocalipse 2 e 3. O significado delas se aplica em três níveis:
Aplicação histórica. Essas mensagens foram originalmente enviadas a sete igrejas localizadas em cidades prósperas da Ásia do primeiro século. Os cristãos dessas cidades enfrentavam sérios desafios. Várias cidades haviam estabelecido em seus templos adoração ao imperador como símbolo de sua lealdade a Roma. O culto ao imperador se tornou obrigatório. Os cidadãos também deveriam participar de eventos públicos e cerimônias religiosas pagãs. Em virtude de muitos cristãos se recusarem a participar dessas práticas, eles enfrentavam o julgamento, e às vezes até o martírio. Comissionado por Cristo, João escreveu as sete mensagens para ajudá-los nesses desafios.
Aplicação profética. O Apocalipse é um livro profético, mas apenas sete igrejas foram escolhidas para receber essas mensagens. Esse fato também indica o caráter profético das mensagens. As condições espirituais nas sete igrejas coincidem com as condições espirituais da igreja de Deus em diferentes períodos históricos. As sete mensagens pretendem apresentar, do ponto de vista celestial, uma visão geral do estado espiritual do cristianismo desde o primeiro século até o fim do mundo.
Aplicação universal. Assim como todo o livro de Apocalipse foi enviado como uma carta única, que deveria ser lida em todas as igrejas (Ap 1:11; 22:16), assim as sete mensagens também contêm lições que podem ser aplicadas aos cristãos de todas as eras. Dessa maneira, elas representam diferentes tipos de cristãos em lugares e épocas diferentes. Por exemplo, embora a característica geral do cristianismo hoje seja retratada pela igreja de Laodiceia, alguns cristãos podem se identificar com as características de algumas das outras igrejas. A boa notícia é que, seja qual for nossa condição espiritual, Deus “vai ao encontro dos caídos seres humanos onde eles se acham” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 22).
Imagine que o Senhor tivesse que escrever uma carta para sua igreja, utilizando a mesma forma das mensagens às sete igrejas, ou seja, falando sobre os desafios que vocês estão enfrentando, e acerca da condição espiritual dos membros da igreja. O que essa carta diria?

Quinta-feira, 10 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 31–33
Mensagem para a igreja em Éfeso
Éfeso era a capital e a maior cidade da província romana da Ásia. Como principal porto marítimo da Ásia e estrategicamente localizada, era um centro comercial e religioso muito importante. A cidade era repleta de edifícios públicos como templos, teatros, ginásios, casas de banho e de prostituição. Era também conhecida por sua arte e práticas de magia. A cidade também era famosa por sua imoralidade e superstição. No entanto, a igreja cristã mais influente da Ásia menor estava em Éfeso.
7. De acordo com Apocalipse 2:1-4, como Jesus Se apresentou a essa igreja? Por quais qualidades Ele a elogiou? Que preocupação Ele também expressou?
_______________________________________________________________________________________________
Em seus primórdios, os efésios foram conhecidos por sua fidelidade e amor (Ef 1:15). Embora estivessem sofrendo pressão tanto de fora como de dentro da igreja, os cristãos em Éfeso permaneceram firmes e fiéis. Eles eram diligentes e fiéis até o fim. De fato, não podiam tolerar falsos apóstolos em seu meio. No entanto, seu amor por Cristo e seus irmãos começou a esfriar. Embora as pessoas permanecessem firmes e fiéis, sem o amor de Cristo, até mesmo seu candelabro corria o perigo de se apagar.
8. Segundo Apocalipse 2:5-7, Jesus recomendou que a igreja fizesse três coisas para reavivar seu primeiro amor e devoção a Cristo e aos seus irmãos. Quais são elas? Reflita sobre como elas estão relacionadas e assinale “V” para verdadeiro ou “F” para falso:
A. (  ) Arrepender-se, mostrar generosidade para com os pobres e cuidar do corpo.
B. (  ) Lembrar-se de onde haviam caído, arrepender-se e voltar às primeiras obras.
Profeticamente, a situação da igreja de Éfeso corresponde à situação geral e à condição espiritual da igreja do ano 31 d.C. até o ano 100 d.C. A igreja apostólica foi caracterizada por seu amor e fidelidade ao evangelho. Mas, no final do primeiro século, ela começou a perder o “fogo” do primeiro amor, afastando-se da simplicidade e da pureza do evangelho.
Imagine-se participando de uma congregação cujo amor está enfraquecendo. Os membros não estão praticando pecados conhecidos e abertos. Eles fazem o que é certo; no entanto, sofrem de formalismo e indiferença. O conselho de Jesus pode libertar a igreja dessa situação?

Sexta-feira, 11 de janeiro
Ano Bíblico: Gn 34–36
Estudo adicional
Leia o capítulo “Patmos”, do livro Atos dos Apóstolos, de Ellen G White, p. 568-577.
“A perseguição sofrida por João se tornou um instrumento da graça. Patmos resplandeceu com a glória de um Salvador ressurreto. João tinha visto Cristo em forma humana, com as marcas dos cravos, que sempre serão Sua glória, em Suas mãos e pés. Agora lhe foi permitido novamente contemplar seu Senhor ressurreto, revestido da máxima glória que um ser humano poderia contemplar e continuar vivo” (Comentário Bíblico Adventista, v. 7, p. 1.066).
“A aparição de Cristo a João deve ser para todos, cristãos e incrédulos, evidência de que temos um Cristo ressuscitado. Ela deve dar poder vivificante à igreja. Às vezes, nuvens escuras cercam o povo de Deus. Parece que a opressão e a perseguição os destruirão. Mas, nessas ocasiões, são dadas as lições mais instrutivas. Cristo frequentemente adentra as prisões e Se revela aos Seus escolhidos. Ele está na fogueira com eles. Assim como na noite mais sombria as estrelas brilham com maior esplendor, também os raios mais brilhantes da glória de Deus são revelados na mais profunda escuridão. Quanto mais escuro é o Céu, mais claros e impressionantes são os raios do Sol da Justiça, o Salvador ressuscitado” (Ellen G. White, The Youth’s Instructor, 5 de abril de 1900).
Perguntas para discussão
1. João compartilhou o que viu e ouviu em Patmos. Ao ler Apocalipse 1:12 a 20, o que você vê e ouve? Quais palavras de conforto são reveladas ali?
2. Em Apocalipse 14:7, o primeiro anjo exortou os habitantes da Terra no tempo do fim a adorar “Aquele que fez o céu, e a Terra, e o mar, e as fontes das águas”. Essa linguagem é tirada de Êxodo 20:11. O que a primeira mensagem angélica revela sobre a importância do sábado no tempo do fim, conforme revelada no Apocalipse?
3. Muitos cristãos se deparam com uma estranha ironia. Quanto mais tempo eles estão na igreja, mais fácil é para a fé enfraquecer ou até mesmo desaparecer. No entanto, deve acontecer o contrário. Afinal, quanto mais tempo caminhamos com Jesus, mais devemos aprender sobre Ele e Seu amor por nós. Como manter a chama da fé não apenas acesa, mas cada vez mais brilhante?
Respostas e atividades da semana:
1. Comente com a classe.
2. B.
3. O sábado. João pôde descansar de suas tribulações no sábado.
4. As vestes de Cristo vão até os pés. Ele usa um cinturão de ouro ao redor do peito. Seus cabelos são brancos e os olhos de fogo. Seus pés são como o bronze que reluz. Jesus passeia entre os candelabros de ouro e tem em Sua mão direita sete estrelas.
5. Os olhos do Senhor estavam sobre os cristãos das sete igrejas. Ele conhecia individualmente a luta de cada igreja e de cada fiel.
6. O número sete reflete a plenitude das coisas. As mensagens das cartas às sete igrejas da Ásia eram também para todas as igrejas.
7. Comente com a classe.
8. F; V.

Resumo da Lição 2
Entre os candelabros
RESUMO DA LIÇÃO 2 – Entre os candelabros
PARTE I: ESBOÇO
TEXTO-CHAVE: Apocalipse 2:7
FOCO DE ESTUDO: A ênfase desta lição está na introdução às mensagens para as sete igrejas (Ap 1:9–2:7).
INTRODUÇÃO: Apocalipse 1:9-20 apresenta o pano de fundo das mensagens às sete igrejas nos capítulos 2 e 3. Aspectos da gloriosa visão de Cristo apresentam o cenário singular para cada uma das sete mensagens. Jesus conhece todas essas igrejas, e as alcança e supre de acordo com sua necessidade. A lição conclui com um olhar mais detalhado para a mensagem à igreja de Éfeso (Ap 2:1-7).
TEMAS DA LIÇÃO: A passagem em questão (Ap 1:9–2:7) introduz os seguintes temas:
I. A identidade do dia do Senhor em Apocalipse 1:10
O sábado é a opção mais provável para a compreensão de João quanto ao dia do Senhor.
II. Jesus alcança e supre as igrejas conforme sua necessidade
Jesus aborda as sete igrejas com diferentes características de Si mesmo tiradas da visão introdutória (Ap 1:9-20).
III. Esboço básico do Apocalipse na perspectiva de João (com base em Ap 1:19)
Em Apocalipse 1:19 João sintetiza a visão das coisas que são e das coisas que irão acontecer no futuro. Apocalipse 4:1 mostra que grande parte da revelação é acerca do futuro, que começa na época de João e se estende até o tempo do fim.
IV. Interpretando as sete mensagens às sete igrejas
As mensagens às sete igrejas contêm informações para igrejas reais na Ásia Menor, mas também apresentam paralelos da condição espiritual do cristianismo em diferentes períodos históricos.
APLICAÇÃO PARA A VIDA: Os alunos são convidados a considerar as implicações da surpreendente imagem de Jesus em Apocalipse 1:12-16, a reação de João a essa imagem (Ap 1:17) e a resposta graciosa e reconfortante de Jesus a João (Ap 1:17, 18).
PARTE II: COMENTÁRIO
A visão introdutória do Apocalipse (Ap 1:12-18) concentra-se em uma imagem gloriosa de Jesus. Ele é “semelhante a Filho de Homem” (Ap 1:13), Aquele que morreu e vive para sempre (Ap 1:18). Com base em Daniel 10:5, 6 e vários textos do Antigo Testamento, essa visão retrata a glória de Jesus vista somente na transfiguração durante Seu ministério terrestre. As características de Jesus na visão se repetem em todas as mensagens nos capítulos 2 e 3. A cena é como o cenário do primeiro ato de uma peça.
Além da visão que o apóstolo teve de Jesus (Ap 1:12-18), a lição aborda o local e o tempo em que ele recebeu a visão (Ap 1:9-11), uma interpretação básica da visão (Ap 1:19, 20) e uma análise da mensagem à igreja de Éfeso (Ap 2:1-7).
EXPLICAÇÃO DOS PRINCIPAIS TEMAS DA LIÇÃO 2:
I. A identidade do dia do Senhor em Apocalipse 1:10
Entre comentaristas, o ponto de vista mais popular é que o “dia do Senhor” mencionado nessa passagem é o domingo, o primeiro dia da semana. A força dessa opinião é que mais tarde pais da igreja usaram a expressão com referência ao domingo, e o equivalente latino, dominus dies, tornou-se um dos nomes do domingo na igreja latina. Mas todas as referências claras ao domingo como “o dia do Senhor” são bem posteriores ao Apocalipse, e, portanto, não podem servir como evidência para o significado da época em que João o escreveu.
A melhor explicação para dia do Senhor em Apocalipse 1:10 é que João estava se referindo ao sábado, o sétimo dia. Embora a expressão “dia do Senhor” (kuriakê hemêra) jamais tenha sido usada em outra passagem do Novo Testamento ou na tradução grega do Antigo Testamento, muitos equivalentes fortes se referem ao sábado do sétimo dia. O sétimo dia é “o sábado do Senhor [kuriô] teu Deus” (Êx 20:10, Dt 5:14). “O Senhor” (kurios) com frequência Se refere ao sétimo dia como “Meu sábado” (ta sabbata mou – Êx 31:12, 13; Lv 19:3, 30; 26:2; Is 56:4-6; Ez 20:12, 13, 16, 20-21, 24; 22:3-8; 23:36-38; 44:12-24). No hebraico de Isaías 58:13 Yahweh chama o sábado de “santo dia do Senhor”. E, finalmente, os três evangelhos sinóticos (Mt 12:8; Mc 2:27, 28; Lc 6:5) citam Jesus dizendo: “O Filho do Homem é Senhor do sábado [kurios tou sabbatou].” Portanto, seria estranho se João usasse a expressão “o dia do Senhor” para qualquer outro dia da semana que não fosse o que chamamos de sábado.
II. Jesus atende cada igreja conforme sua necessidade
Jesus aparece na cena do Apocalipse de forma espetacular (Ap 1:12-20). Além disso, Ele mantém uma relação estreita com as sete igrejas (Ap 1:20), conhece cada uma de forma profunda (Ap 2:2, 9, 13, 19; 3:1, 8, 15) e se apresenta às igrejas com uma, duas ou três características da visão anterior.
A mensagem para Éfeso (Ap 2:1-7), por exemplo, descreve Jesus como Aquele que tem na mão sete estrelas (Ap 1:20) e caminha entre os sete candeeiros de ouro (Ap 1:12, 13). Na mensagem a Esmirna (Ap 2:8), Jesus é o primeiro e o último, Aquele que morreu e reviveu (Ap 1:17, 18). Na carta a Pérgamo, Ele Se apresenta com uma espada afiada de dois gumes (Ap 1:16; 2:12), e assim por diante.
Aqui está algo interessante: Jesus Se apresenta de forma diferente a cada uma das igrejas. Ele é capaz de Se adaptar a cada necessidade e circunstância particular de cada uma. Em outras palavras, Ele supre cada igreja. E se nenhuma igreja ou nenhum cristão tem a imagem plena de Jesus, então todos temos motivos para ser humildes. Todos somos aprendizes, mesmo com tudo o que nos foi dado.
III. O esboço básico do Apocalipse na perspectiva de João (com base em Ap 1:19)
O autor do Apocalipse com frequência incorpora, nos textos de transição, pistas sobre a organização e ideias-chave do livro. Um deles é Apocalipse 1:19, em que João apresenta o plano de todo o livro. O texto começa dizendo: “Escreve, pois, as coisas que viste”. Essa frase é paralela à do versículo 11: “O que vês escreve”, que está no tempo verbal do presente. O versículo 19 está no tempo verbal passado (grego aoristo indicativo). Isso significa que toda a visão do Apocalipse foi dada entre a ordem no versículo 11 e a ordem no versículo 19. Então ele foi instruído a escrever.
O que João viu? Duas coisas: “as que são” e “as que hão de acontecer depois destas” (Ap 1:19). Portanto, o livro do Apocalipse inclui tanto fatos da época das sete igrejas quanto fatos que ainda aconteceriam.
Em Apocalipse 4:1 Jesus diz a João: “Sobe para aqui, e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas”. Essa frase é semelhante à de Apocalipse 1:19. A partir de Apocalipse 4:1, o restante do livro enfatiza principalmente o futuro após os dias de João. Embora haja flashbacks da cruz (Ap 5:6, 12:11) e até de eventos anteriores à criação (Ap 12:4, 7, 9), o foco principal da maior parte do livro está nos acontecimentos futuros à época de João.
O que, então, quer dizer as coisas que são “e as que hão de acontecer depois destas” em Apocalipse 1:19? A resposta é: tudo que está entre Apocalipse 1:19 e 4:1, ou seja, as mensagens às sete igrejas. Como aponta a lição, essas sete mensagens também contêm um significado profético para toda a era cristã, além de tratarem da situação dessas sete igrejas e das palavras que Jesus lhes dirigiu. Um olhar atento a Apocalipse 1:19 revela como textos-chave do livro podem ajudar os leitores a distinguir a estrutura na mente de João e na mente Daquele que lhe deu a visão.
IV. Interpretando as sete mensagens às sete igrejas.
As mensagens às sete igrejas são “cartas proféticas”. Elas são mais parecidas com Mateus 24 do que com o estilo de Daniel 7 ou Apocalipse 13. Portanto, sua mensagem se destinava às sete igrejas reais na Ásia Menor, as que originalmente as receberam (Ap 1:4, 11), e, por extensão, a todos os seus leitores (Ap 1:3; 2:7, 11, 17, 29, e assim por diante).
Contudo, havia mais do que sete igrejas na Ásia Menor, e a condição espiritual daquelas igrejas se compara à condição espiritual do cristianismo em diferentes períodos históricos, da época de João até hoje. Assim, inserida nessas mensagens às sete igrejas históricas está uma visão geral dos principais desdobramentos da história cristã. Esses períodos são brevemente discutidos nos comentários específicos sobre cada igreja nas lições 2 e 3.
V. A mensagem à igreja em Éfeso
A igreja em Éfeso é a primeira congregação abordada por Jesus, que descreveu a Si mesmo como Aquele que anda no meio dos sete candeeiros de ouro e conserva as sete estrelas em Sua mão direita (Ap 2:1). Os verbos “andar” e “conservar” retratam o cuidado pessoal e a atenção de Jesus. Apesar do cuidado de Jesus pela igreja, ela acaba perdendo seu amor inicial por Ele, distraindo-se com outras coisas. Por isso, ela precisa se arrepender. Essa primeira mensagem se aplica não apenas à igreja de Éfeso do primeiro século, mas reflete, em geral, a avaliação de Jesus da igreja cristã no primeiro século. Pouco a pouco, a experiência do primeiro amor dos cristãos primitivos foi abandonada e se tornou evidente a necessidade de voltar ao fervor anterior (veja 1Jo 4:7–11).
PARTE III: APLICAÇÃO PARA A VIDA
1. Por que o Jesus misericordioso e perdoador, que lavou os pés de Seus discípulos é retratado de maneira tão espetacular e surpreendente em Apocalipse 1:12-16? Embora a aparência de Jesus tenha atemorizado João, temor não era a reação que o Senhor esperava (Ap 1:17, 18). Assim como uma professora das séries iniciais na sala de aula, Deus às vezes tem que ganhar nosso respeito para podermos considerar com seriedade a Sua bondade. Mas conhecer a Deus de fato é amá-Lo. O Pai é como Jesus (Jo 14:9).
2. O que a descrição de Jesus em Apocalipse 1 nos diz sobre Seu apelo a toda a humanidade? Na visão que João teve de Jesus em Apocalipse 1, Ele é cuidadosamente descrito como “um semelhante a Filho de homem” com cabelos brancos e olhos como chamas de fogo. Seu semblante é como o sol na sua força, e tem na mão direita sete estrelas. Ele é o “primeiro e o último” e tem as chaves da morte e do inferno. Essa descrição certamente relembra a de Daniel 7:13, sobre “um como o Filho do Homem”. Judeus tementes a Deus que aguardavam o Messias certamente perceberiam a correspondência. No entanto, comentaristas mencionaram que a descrição de Jesus apelaria também aos gentios devido a alguns de seus conceitos de divindade. Com certeza, Jesus é apresentado como Aquele que pode preencher os verdadeiros anseios da humanidade. Ele nos alcança e nos supre de acordo com as nossas necessidades e nos eleva. Ele é como nós, contudo possui as chaves da morte e do inferno. Ele é todo-poderoso e ao mesmo tempo sábio e afetuoso. Ele é o real desejo da humanidade.